Reportagem: Frizzo, o dono do futebol do Palmeiras
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Reportagem: Frizzo, o dono do futebol do Palmeiras
Frizzo: o dono do futebol do Palmeiras
11 de abril de 2011 | 0h45 | Tweet este Post
Categoria: Brasileirão, Campeonato Paulista, Copa do Brasil, Futebol, Palmeiras
DANIEL BATISTA
Fonte: blogs.estadao.com.br
Se hoje o Palmeiras é líder do campeonato e vive um excelente momento deve muito ao trabalho da diretoria. É o que garante o vice-presidente Roberto Frizzo, em entrevista exclusiva ao JT. Ele recebeu a reportagem em sua sala no CT da Barra Funda, e comentou sobre vários assuntos. Falou sobre a credibilidade da diretoria com os atletas, a participação de Mustafá Contursi na gestão e afirmou que é o único manda-chuva do futebol.
O que dá para tirar de positivo nesses quase três meses de gestão? (a nova diretoria tomou posse dia 19 de janeiro)
Encontramos vários problemas financeiros no clube. A situação estava muito delicada e preocupante, mas dentro do que é possível estamos fazendo um trabalho para ajustar as coisas. Conseguimos colocar os salários e os direitos de imagem em dia, o que é uma obrigação nossa. E demos tranquilidade para o elenco, o que nos retorna credibilidade perante os atletas e a própria torcida. Não prometemos um time de estrelas, mas tudo que estamos falando que vamos fazer a gente cumpre certinho.
Qual sua autonomia para gerir o futebol do Palmeiras?
Total. O futebol está comigo e quem decide as coisas aqui sou eu. Se acontecer algo que interfira no financeiro ou em outro departamento do clube eu converso com eles, mas no dia a dia é tudo comigo e, claro, com o Felipão. O presidente (Arnaldo Tirone) tem outras preocupações.
Mas não é muita coisa para uma pessoa só? Não seria bom ter um outro dirigente com você?
Não precisa. Quando entender que preciso de alguém vou pedir para o presidente. Quero centralizar tudo para ter uma noção exata do que acontece. Quando achar que está tudo tranquilo, posso até pedir alguma ajuda, mas não preciso disso agora.
Até que ponto a pressão da oposição atrapalha no dia a dia?
Estou no Palmeiras há mais de 40 anos e a cultura do clube é essa. Minha função é tentar blindar o futebol e não deixar a política interferir. Quanto a não agradar, se nem Jesus Cristo foi unanimidade não seremos nós que conseguiremos isso, não é verdade?
Ter o Mustafá como um aliado traz mais problema sou soluções?
O problema é que muita gente no Palmeiras tem gastado mais suas energias odiando o Mustafá do que amando o Palmeiras. Conheço o Mustafá dos tempos de colegial. Ele é inteligente e se preocupa com o equilíbrio financeiro do clube. Mas acho válido receber críticas. É do diálogo que nasce a luz, como diz o velho ditado.
A construção da Arena interfere de alguma forma no trabalho do departamento de futebol?
Acredito que sim, já que todos jogadores querem atuar em nossa nova casa. Mas no momento a Arena é mais importante sob o ponto de vista histórico. A história do Palmeiras será contada antes e depois dessa obra. Sei que existem contestações em relação ao contrato firmado com a WTorre e quando éramos oposição reclamamos disso, mas o Tirone tem conversado com a WTorre e estamos ajustando as arestas para tudo ficar bem. É uma obra irreversível e ela vai sair, para orgulho do torcedor.
Falando mais da formação do time: chegarão reforços além do Maikon Leite e de um zagueiro para o lugar do Danilo?
O fato é que não podemos esquecer da base. Hoje existe uma maior relação entre as categorias de base e o elenco profissional. Antes as coisas eram diferentes. Não podemos desprezar nossos garotos. O Palmeiras é acusado de não revelar jogadores, mas ano passado fizemos um levantamento e vimos que do goleiro ao ponta-esquerda dava para montar uma equipe completa só com jogadores que começaram aqui e estavam atuando como titulares em outras equipes, enquanto no Palmeiras o único titular prata da casa era é o Deola. Isso não pode acontecer mais. E não podemos transformar o Palmeiras em um classificado de jornal. Não podemos sair por aí falando ‘procura-se zagueiro’. Temos de nos reforçar sem ficar falando muita coisa.
Então reforços de impacto não estão nos planos?
Conseguimos recentemente dois excelentes reforços de peso, o Lincoln e o Valdivia. Eles estavam havia bastante tempo fora e voltaram a jogar normalmente. Claro que é uma brincadeira, porque eles já estavam no elenco, mas sem eles chegamos ao topo da tabela. Então vamos crescer ainda mais com eles.
E quanto à saída do Danilo? Foi vontade dele ou o Palmeiras quis vendê-lo? O Kleber reclamou recentemente que foi um erro negociá-lo…
O Danilo nos chamou e disse que queria ir. A partir do momento em que o atleta fala isso, não podemos fazer nada. A não ser que seja uma proposta irrisória para o clube, não podemos segurar o jogador. Entendo o ponto de vista do Kleber, mas se amanhã ele vier com uma boa proposta e não tivermos como cobrir, vamos ter de liberá-lo. Se um jogador chega na diretoria falando que recebeu uma proposta é porque ele está a fim de ir embora. É como se sua namorada chegasse em você e falasse que quer terminar. Você pode chorar, resmungar, ficar triste e ter de tomar uns dois rabos de galo para tentar se reerguer, mas vai ter de aceitar a separação. É assim que funciona.
Por que a demora na negociação com o Marcos Assunção? Você não tem medo de um outro clube acertar com ele?
Não, porque confio na palavra do jogador. A situação dele é fácil de resolver. É só sentar e em dez minutos a gente decide tudo. Existe o interesse mútuo. E tem no contrato uma cláusula de renovação automática. Só precisamos acertar direitinho. O salário nem é problema. O torcedor pode ficar tranquilo que ele não vai sair.
O Palmeiras deve o mesmo ou até mais do que outros clubes como Flamengo, São Paulo e Fluminense, mas eles contratam e o Palmeiras não. Por quê?
É uma questão de cultura dos clubes. Sempre fomos equilibrados financeiramente e não fazemos loucuras para contratar. Tínhamos dinheiro aplicado e investimos em imóveis. Não é da nossa cultura afundar o patrimônio, ficar devendo para Deus e o mundo só para contratar jogadores. Veja o Flamengo, deve para todo mundo e não tem nem onde treinar direito. Nós temos um CT de qualidade para o time principal, para a base e um estádio próprio, algo que outros clubes não tem. Do que adianta trazer um medalhão que só dá problema? Não queremos ter de ficar acobertando bobagem que jogar faz, ter de ficar escondendo jogador da imprensa durante os treinos. Esse tipo de jogador chega e estraga o grupo. Do jeito que está, estamos muito bem. Deixa assim.
Mas ter estrutura e CT de qualidade não significa títulos. Eles não fazem gols…
Sim, é verdade, mas esse pensamento é mais uma coisa para torcedor. Nós não podemos agir dessa forma. Temos de usar razão no comando de clube. Aliás, acho que esse foi o grande problema do nosso ex-presidente (Luiz Gongaza Belluzzo). Ele, embora fosse gestor, usou muito mais a paixão e isso foi ruim para o clube. Ficamos desacreditados perante a torcida e até nas entidades ligadas ao futebol.
A relação com a Traffic acabou? Porque ela não investe mais em jogadores de alto nível para reforçar o time?
Houve um estremecimento da Traffic com a gestão anterior. O clube ficou devendo alguns valores, mas recentemente tive um encontro com um pessoal da empresa e estamos voltando a nos aproximar. Assim que tiver uma boa chance de negócio eles vão nos ajudar.
11 de abril de 2011 | 0h45 | Tweet este Post
Categoria: Brasileirão, Campeonato Paulista, Copa do Brasil, Futebol, Palmeiras
DANIEL BATISTA
Fonte: blogs.estadao.com.br
Se hoje o Palmeiras é líder do campeonato e vive um excelente momento deve muito ao trabalho da diretoria. É o que garante o vice-presidente Roberto Frizzo, em entrevista exclusiva ao JT. Ele recebeu a reportagem em sua sala no CT da Barra Funda, e comentou sobre vários assuntos. Falou sobre a credibilidade da diretoria com os atletas, a participação de Mustafá Contursi na gestão e afirmou que é o único manda-chuva do futebol.
O que dá para tirar de positivo nesses quase três meses de gestão? (a nova diretoria tomou posse dia 19 de janeiro)
Encontramos vários problemas financeiros no clube. A situação estava muito delicada e preocupante, mas dentro do que é possível estamos fazendo um trabalho para ajustar as coisas. Conseguimos colocar os salários e os direitos de imagem em dia, o que é uma obrigação nossa. E demos tranquilidade para o elenco, o que nos retorna credibilidade perante os atletas e a própria torcida. Não prometemos um time de estrelas, mas tudo que estamos falando que vamos fazer a gente cumpre certinho.
Qual sua autonomia para gerir o futebol do Palmeiras?
Total. O futebol está comigo e quem decide as coisas aqui sou eu. Se acontecer algo que interfira no financeiro ou em outro departamento do clube eu converso com eles, mas no dia a dia é tudo comigo e, claro, com o Felipão. O presidente (Arnaldo Tirone) tem outras preocupações.
Mas não é muita coisa para uma pessoa só? Não seria bom ter um outro dirigente com você?
Não precisa. Quando entender que preciso de alguém vou pedir para o presidente. Quero centralizar tudo para ter uma noção exata do que acontece. Quando achar que está tudo tranquilo, posso até pedir alguma ajuda, mas não preciso disso agora.
Até que ponto a pressão da oposição atrapalha no dia a dia?
Estou no Palmeiras há mais de 40 anos e a cultura do clube é essa. Minha função é tentar blindar o futebol e não deixar a política interferir. Quanto a não agradar, se nem Jesus Cristo foi unanimidade não seremos nós que conseguiremos isso, não é verdade?
Ter o Mustafá como um aliado traz mais problema sou soluções?
O problema é que muita gente no Palmeiras tem gastado mais suas energias odiando o Mustafá do que amando o Palmeiras. Conheço o Mustafá dos tempos de colegial. Ele é inteligente e se preocupa com o equilíbrio financeiro do clube. Mas acho válido receber críticas. É do diálogo que nasce a luz, como diz o velho ditado.
A construção da Arena interfere de alguma forma no trabalho do departamento de futebol?
Acredito que sim, já que todos jogadores querem atuar em nossa nova casa. Mas no momento a Arena é mais importante sob o ponto de vista histórico. A história do Palmeiras será contada antes e depois dessa obra. Sei que existem contestações em relação ao contrato firmado com a WTorre e quando éramos oposição reclamamos disso, mas o Tirone tem conversado com a WTorre e estamos ajustando as arestas para tudo ficar bem. É uma obra irreversível e ela vai sair, para orgulho do torcedor.
Falando mais da formação do time: chegarão reforços além do Maikon Leite e de um zagueiro para o lugar do Danilo?
O fato é que não podemos esquecer da base. Hoje existe uma maior relação entre as categorias de base e o elenco profissional. Antes as coisas eram diferentes. Não podemos desprezar nossos garotos. O Palmeiras é acusado de não revelar jogadores, mas ano passado fizemos um levantamento e vimos que do goleiro ao ponta-esquerda dava para montar uma equipe completa só com jogadores que começaram aqui e estavam atuando como titulares em outras equipes, enquanto no Palmeiras o único titular prata da casa era é o Deola. Isso não pode acontecer mais. E não podemos transformar o Palmeiras em um classificado de jornal. Não podemos sair por aí falando ‘procura-se zagueiro’. Temos de nos reforçar sem ficar falando muita coisa.
Então reforços de impacto não estão nos planos?
Conseguimos recentemente dois excelentes reforços de peso, o Lincoln e o Valdivia. Eles estavam havia bastante tempo fora e voltaram a jogar normalmente. Claro que é uma brincadeira, porque eles já estavam no elenco, mas sem eles chegamos ao topo da tabela. Então vamos crescer ainda mais com eles.
E quanto à saída do Danilo? Foi vontade dele ou o Palmeiras quis vendê-lo? O Kleber reclamou recentemente que foi um erro negociá-lo…
O Danilo nos chamou e disse que queria ir. A partir do momento em que o atleta fala isso, não podemos fazer nada. A não ser que seja uma proposta irrisória para o clube, não podemos segurar o jogador. Entendo o ponto de vista do Kleber, mas se amanhã ele vier com uma boa proposta e não tivermos como cobrir, vamos ter de liberá-lo. Se um jogador chega na diretoria falando que recebeu uma proposta é porque ele está a fim de ir embora. É como se sua namorada chegasse em você e falasse que quer terminar. Você pode chorar, resmungar, ficar triste e ter de tomar uns dois rabos de galo para tentar se reerguer, mas vai ter de aceitar a separação. É assim que funciona.
Por que a demora na negociação com o Marcos Assunção? Você não tem medo de um outro clube acertar com ele?
Não, porque confio na palavra do jogador. A situação dele é fácil de resolver. É só sentar e em dez minutos a gente decide tudo. Existe o interesse mútuo. E tem no contrato uma cláusula de renovação automática. Só precisamos acertar direitinho. O salário nem é problema. O torcedor pode ficar tranquilo que ele não vai sair.
O Palmeiras deve o mesmo ou até mais do que outros clubes como Flamengo, São Paulo e Fluminense, mas eles contratam e o Palmeiras não. Por quê?
É uma questão de cultura dos clubes. Sempre fomos equilibrados financeiramente e não fazemos loucuras para contratar. Tínhamos dinheiro aplicado e investimos em imóveis. Não é da nossa cultura afundar o patrimônio, ficar devendo para Deus e o mundo só para contratar jogadores. Veja o Flamengo, deve para todo mundo e não tem nem onde treinar direito. Nós temos um CT de qualidade para o time principal, para a base e um estádio próprio, algo que outros clubes não tem. Do que adianta trazer um medalhão que só dá problema? Não queremos ter de ficar acobertando bobagem que jogar faz, ter de ficar escondendo jogador da imprensa durante os treinos. Esse tipo de jogador chega e estraga o grupo. Do jeito que está, estamos muito bem. Deixa assim.
Mas ter estrutura e CT de qualidade não significa títulos. Eles não fazem gols…
Sim, é verdade, mas esse pensamento é mais uma coisa para torcedor. Nós não podemos agir dessa forma. Temos de usar razão no comando de clube. Aliás, acho que esse foi o grande problema do nosso ex-presidente (Luiz Gongaza Belluzzo). Ele, embora fosse gestor, usou muito mais a paixão e isso foi ruim para o clube. Ficamos desacreditados perante a torcida e até nas entidades ligadas ao futebol.
A relação com a Traffic acabou? Porque ela não investe mais em jogadores de alto nível para reforçar o time?
Houve um estremecimento da Traffic com a gestão anterior. O clube ficou devendo alguns valores, mas recentemente tive um encontro com um pessoal da empresa e estamos voltando a nos aproximar. Assim que tiver uma boa chance de negócio eles vão nos ajudar.
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