Palmeiras Octacampeão: vamos comemorar a Justiça

Octacampeão
Palmeiras Octacampeão: vamos comemorar a Justiça
José Roberto Christianini
Diretor do Departamento de História e Memória do Palmeiras
22/12/2010 12h27
Quando unificam-se os nomes de todos os campeonatos de ordem nacional que já tivemos contempla-se todos aqueles que conquistaram esse direito no campo de jogo.

Porém há de se fazer algumas reflexões:

Pensemos que a entidade reguladora do esporte brasileira, a CBF (sucessora da CBD), fosse um pai zeloso, que tivesse vários filhos. Deu-lhes, como óbvio, diferentes nomes: Nacional, Brasileiro, Ouro, União, Havelange. E como todo pai, em todos nascimentos, compareceu ao cartório e os registrou.

Que mal, e dano, causa a quem quer que seja se depois de algum tempo de relutância, movida pela eventual falta de memória do que por outra causa maior, resolva comparecer ao mesmo cartório e registrar o filho primogênito Brasil, mais o Robertão e a filha Prata, de quem é pai legítimo, e por quem tem o mesmo apreço dedicado aos outros. Tanto apreço que, desde o nascimento do primeiro, só a estes permitia que, anualmente, visitassem a prima Libertadores.

Outra reflexão a ser feita é julgamento de mérito. Os campeões merecem ter seus títulos unificados com os atuais vencedores do, agora denominado, Campeonato Brasileiro.

Penso que aqueles títulos tiveram mais e maior mérito que os atuais. Unificar os vencedores da Taça Brasil , Robertão e Taça de Prata aos vencedores mais recentes é um up-grade que se concede a estes.

Ou será que vencer torneio em que atuavam Pelé, Djalma Santos, Ademir da Guia, Julio Botelho, Didi, Rivelino, Gerson, Paulo Caju, Garrincha, Tostão, Dirceu Lopes, Mauro Ramos de Oliveira, Valdir Joaquim de Morais, Gilmar dos Santos Neves, Djalma Dias, Dudu, Tupãzinho, César Maluco, Nilton Santos era mais fácil que vencer campeonatos com resultados finais tão contestados quanto tivemos nestes últimos 11 anos.

Parece-me , arrisco dizer, que estou certo. Que torná-los todos por igual é uma concessão que aqueles craques, fundamentais na formação do prestígio mundial que o futebol brasileiro goza até hoje, fazem aos campeões de agora.

Vamos comemorar a Justiça, mais uma vez tarda mas não falha, e vamos agradecer a todos craques que proporcionaram essa equiparação.

Consulta à história

Nelson Rodrigues os qualificava como idiotas da objetividade. Não chego a isso, claro que não! Mas falta aos que reclamam que alguns títulos foram conquistados em somente quatro partidas, uma simples consulta a história.

Palmeiras e Santos, e por conseguinte todos os campeões da Taça Brasil, não obtiveram o título com 4 ou 6 partidas, foram pelo menos 3 dúzias de partidas para conseguir a Taça, precisavam ser campeões estaduais – Taça Brasil jamais admitiu convidados, só campeões estaduais - jogando normalmente três dezenas de jogos e depois mais 4, 5 ou 6 para o título brasileiro.

Não há como se dizer que a Inter de Milão conquistou o mundial da FIFA jogando 2 partidas. Precisou classificar-se no italiano, vencer a Champions League e, depois dessa maratona toda, chegar a Dubai para jogar 2 partidas.


Jogadores do Verdão comemoram unificação dos títulos nacionais
Agência Palmeiras
Fábio Finelli
22/12/2010 15h10
Emoção, alegria e reconhecimento. Foi assim que os ídolos palmeirenses receberam a notícia da unificação dos títulos da Taça Brasil e do Torneio Roberto Gomes Pedrosa como conquistas nacionais. O Palmeiras passa a ser o maior campeão Brasileiro da história, com oito conquistas, ao lado do Santos.

"Nós comemoramos os títulos da Taça Brasil e do Roberto Gomes Pedrosa como verdadeiros títulos nacionais. Eram os campeonatos brasileiros da época. Acho que essa unificação representa um marco não apenas para nós jogadores, mas principalmente para o Palmeiras, que passa a ser o maior campeão do Brasil", disse o craque Ademir da Guia, que passa a ter cinco títulos nacionais: a Taça Brasil de 1967, o Roberto Gomes Pedrosa de 67 e 69, e os Brasileiros de 72/73.

O Divino, como era conhecido nos tempos de atleta, discorda daqueles que não aceitam a unificação. "Não tem como dizer que não teve validade. O regulamento de uma disputa ou formato não define se a conquista é ou não menos importante. Mesmo nos moldes do Campeonato Brasileiro, a partir de 1971, a competição teve inúmeros regulamentos e até mudou de nome", destacou.

Artilheiro do Robertão de 1967, com 15 gols, César Maluco não tem dúvida: "Naquela época era muito mais difícil do que atualmente", disse o ex-camisa 9, que se emocionou. "Aquelas conquistas foram tão importantes quanto as atuais. Fico triste quando falam que não merecia a unificação. Eram os verdadeiros campeonatos nacionais da época, que ao longo dos anos apenas mudaram de nome. Os jogadores da época devem se sentir lisonjeados com este acontecimento, que é um divisor de águas na história do nosso futebol", comentou.

Primeiro goleiro campeão Brasileiro pelo Palmeiras, Valdir Joaquim de Moraes vê o Palmeiras como o maior beneficiado. "Os jogadores fazem a história, mas passam. O Palmeiras fica para a eternidade e conquista recordes. É a instituição que ficará reconhecida como a maior do futebol brasileiro. O clube lutou muito por essa unificação e acredito que os palmeirenses devem comemorar este feito."

Parabéns! Sociedade Esportiva Palmeiras!!