Coluna do TOSTÃO: Peñarol e Palmeiras são muito parecidos na estratégia, nos desenhos táticos e nas virtudes
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Coluna do TOSTÃO: Peñarol e Palmeiras são muito parecidos na estratégia, nos desenhos táticos e nas virtudes
TOSTÃO
Estranheza
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Peñarol e Palmeiras são muito parecidos na estratégia, nos desenhos táticos e nas virtudes
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APÓS ELIMINAR o Inter, a Universidad Católica e o Vélez, o Peñarol não pode ser visto apenas como um time guerreiro, casca grossa, chato de se enfrentar. A diferença para o Santos é Neymar.
O Peñarol é parecido com o Palmeiras. A qualidade das duas equipes tem sido menosprezada, as estratégias e desenhos táticos são quase idênticos, fazem e levam poucos gols e são ótimas nas bolas paradas.
Os dois times marcam com oito jogadores no próprio campo, com duas linhas de quatro. Cada defensor tem um secretário. Essa é a melhor maneira de enfrentar bons ataques, ainda mais de brasileiros, que dependem do avanço dos laterais. Esses são bloqueados pelos jogadores que atuam pelos lados, que fazem parte da linha de quatro no meio- -campo.
Esse esquema não é bom somente para jogar na defesa. Basta adiantar a marcação e tomar a bola mais à frente, para o time se tornar ofensivo.
Para a linha de quatro armadores não ficar longe dos dois mais à frente, Patrik ou Valdivia ou Lincoln recuam para fazer ligação entre o meio-campo e Kleber. O Peñarol faz o mesmo, com o habilidoso Martinuccio. Oliveira é o centroavante.
Independentemente do desenho tático, a moda na Europa, que chegou ao Brasil, é ter um jogador de cada lado, com ótima condição física e qualidade para marcar e atacar, como faz Luan, do Palmeiras.
Não é o caso de armadores que não têm característica para jogar dessa forma, mas que são escalados pelos técnicos porque está na moda, como D'Alessandro e Oscar, no Inter. É um desperdício ver D'Alessandro encostado à linha lateral.
Na Copa de 1994, Parreira, que gostava desse estilo inglês, com duas linhas de quatro, colocou Raí, pela direita, para marcar o lateral. No São Paulo, ele brilhava jogando perto do gol. Não podia dar certo. Raí foi substituído pelo volante Mazinho.
Em 2006, Parreira repetiu o erro ao escalar Kaká pela direita e Ronaldinho pela esquerda. Os dois não marcavam e ficavam distantes da área adversária. Ronaldinho atuava pela esquerda no Barcelona, porém na frente, sem precisar voltar para marcar no próprio campo.
O futebol pode ser visto de várias maneiras, como um jogo tático, técnico, científico, e também como espetáculo, entretenimento, teatro, uma metáfora da vida.
Como sou um homem dividido entre a imaginação e os números, entre a subjetividade e a ciência, tento assistir a uma partida desses vários jeitos. Nem sempre consigo. Meus olhares se estranham.
Fonte: Folha de São Paulo - 15/06/2011
Estranheza
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Peñarol e Palmeiras são muito parecidos na estratégia, nos desenhos táticos e nas virtudes
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APÓS ELIMINAR o Inter, a Universidad Católica e o Vélez, o Peñarol não pode ser visto apenas como um time guerreiro, casca grossa, chato de se enfrentar. A diferença para o Santos é Neymar.
O Peñarol é parecido com o Palmeiras. A qualidade das duas equipes tem sido menosprezada, as estratégias e desenhos táticos são quase idênticos, fazem e levam poucos gols e são ótimas nas bolas paradas.
Os dois times marcam com oito jogadores no próprio campo, com duas linhas de quatro. Cada defensor tem um secretário. Essa é a melhor maneira de enfrentar bons ataques, ainda mais de brasileiros, que dependem do avanço dos laterais. Esses são bloqueados pelos jogadores que atuam pelos lados, que fazem parte da linha de quatro no meio- -campo.
Esse esquema não é bom somente para jogar na defesa. Basta adiantar a marcação e tomar a bola mais à frente, para o time se tornar ofensivo.
Para a linha de quatro armadores não ficar longe dos dois mais à frente, Patrik ou Valdivia ou Lincoln recuam para fazer ligação entre o meio-campo e Kleber. O Peñarol faz o mesmo, com o habilidoso Martinuccio. Oliveira é o centroavante.
Independentemente do desenho tático, a moda na Europa, que chegou ao Brasil, é ter um jogador de cada lado, com ótima condição física e qualidade para marcar e atacar, como faz Luan, do Palmeiras.
Não é o caso de armadores que não têm característica para jogar dessa forma, mas que são escalados pelos técnicos porque está na moda, como D'Alessandro e Oscar, no Inter. É um desperdício ver D'Alessandro encostado à linha lateral.
Na Copa de 1994, Parreira, que gostava desse estilo inglês, com duas linhas de quatro, colocou Raí, pela direita, para marcar o lateral. No São Paulo, ele brilhava jogando perto do gol. Não podia dar certo. Raí foi substituído pelo volante Mazinho.
Em 2006, Parreira repetiu o erro ao escalar Kaká pela direita e Ronaldinho pela esquerda. Os dois não marcavam e ficavam distantes da área adversária. Ronaldinho atuava pela esquerda no Barcelona, porém na frente, sem precisar voltar para marcar no próprio campo.
O futebol pode ser visto de várias maneiras, como um jogo tático, técnico, científico, e também como espetáculo, entretenimento, teatro, uma metáfora da vida.
Como sou um homem dividido entre a imaginação e os números, entre a subjetividade e a ciência, tento assistir a uma partida desses vários jeitos. Nem sempre consigo. Meus olhares se estranham.
Fonte: Folha de São Paulo - 15/06/2011
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