Crise que resultou na saída de Felipão no Palmeiras teve Bope, padre e dedo-duro
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Crise que resultou na saída de Felipão no Palmeiras teve Bope, padre e dedo-duro
A luta de Luiz Felipe Scolari para não cair começou exatamente após o título da Copa do Brasil. A frase parece contraditória, mas, assim que os jogadores conquistaram a taça tão sonhada pela torcida, o treinador e sua diretoria detectaram que atletas subiram em um pedestal do qual demoraram para descer. A maioria do elenco nunca havia sido campeã de nada e subir no lugar mais alto do pódio de um torneio nacional e que garante vaga na Libertadores iludiu boa parte dos jogadores.
Entre a conquista da Copa do Brasil, em julho, e sua queda, oficializada nesta quinta-feira, Felipão usou das mais variadas táticas. Deu palestras motivacionais, broncas, barrou a imprensa de entrar no CT, chamou psicóloga, pediu contratações pouco acreditadas para balançar o elenco e usou até da religião e do Bope (Batalhão de Operações Policiais Especiais) para mudar o ânimo da equipe. Nada disso adiantou.
De acordo com o que o UOL Esporte apurou com dirigentes que vivem o dia a dia do grupo, o grande problema foi a guerra fria travada entre um dedo-duro e o elenco. Na tentativa de motivar seus jogadores, como fazia antigamente, Felipão teria pedido a uma pessoa próxima para alertar três jogadores por meio de notícias nos jornais: João Vítor, Daniel Carvalho e Maikon Leite.
Com notícias colocadas na mídia, o técnico esperava que o volante, que supostamente havia chegado a um treino com hálito de álcool, e o meia e o atacante, que demoravam a sair do departamento médico, "acordassem". No fim, o elenco não engoliu que fatos internos fossem vazados e começaram a questionar a liderança do pentacampeão.
No passado, já havia sido assim. Marcos, por exemplo, admite que Felipão mantinha contato com a Mancha Verde na sua primeira passagem pelo clube para avisar os organizados de quando os atletas estavam acima do peso. Na ocasião, especialmente pelo aval da Parmalat, a artimanha funcionou. Desta vez, o feitiço, literalmente, virou contra o feiticeiro.
"Para mim, a leitura é clara. As coisas demoraram a acontecer depois da Copa do Brasil, mas, quando começaram a acontecer, o Felipão perdeu o controle do grupo. A história do dedo-duro ninguém engoliu. Acho que trocar o técnico foi uma medida emergencial, mas, agora, espero que Tirone faça a limpeza completa. Ele poderia trocar até a grama da Academia", disse um dos dirigentes que faz parte de sua diretoria e que chegou a ser usado pela comissão como possível bode expiatório para a polêmica do dedo-duro.
Como últimas tentativas para tentar tirar o Palmeiras da zona de rebaixamento, Felipão apelou mais uma vez para o motivacional. Em São Paulo, convocou um padre para uma oração no vestiário. Depois, chamou um pastor para agradar os evangélicos. O resultado foi uma vitória contra o Sport, mas uma derrota diante do Atlético-MG.
No Rio de Janeiro, assim como já havia feito durante a Copa do Brasil, Felipão promoveu uma palestra de um integrante do Bope antes do jogo contra o Vasco. No vestiário, ele usou o policial para tentar mostrar que uma reviravolta era necessária. Não deu certo. O time voltou a enfrentar dificuldades e perdeu por 3 a 1.
Agora, após a saída, Felipão deixa o time na 18ª colocação do Brasileirão, com 20 pontos, a sete de sair da zona de rebaixamento. No momento, o presidente Arnaldo Tirone estuda dois perfis completamente diferentes para comandar o Palmeiras nas últimas 14 rodadas do campeonato. Jorginho, hoje no Bahia, faz a linha mais calma e motivadora, que passaria confiança aos atletas. Émerson Leão, atualmente no São Caetano, tem um estilo mais durão, que poderia dar uma sacudida na equipe.
Enquanto um novo técnico não é contratado, o Palmeira fica sob o comando de Narciso, treinador das categorias de base. Ele dirigirá a equipe no próximo compromisso, no domingo, contra o arquirrival Corinthians no Pacaembu.
http://esporte.uol.com.br/futebol/campeonatos/brasileiro/serie-a/ultimas-noticias/2012/09/14/antes-de-cair-felipao-tentou-tirar-time-do-pedestal-usou-ate-bope-mas-parou-em-x-9.htm
Entre a conquista da Copa do Brasil, em julho, e sua queda, oficializada nesta quinta-feira, Felipão usou das mais variadas táticas. Deu palestras motivacionais, broncas, barrou a imprensa de entrar no CT, chamou psicóloga, pediu contratações pouco acreditadas para balançar o elenco e usou até da religião e do Bope (Batalhão de Operações Policiais Especiais) para mudar o ânimo da equipe. Nada disso adiantou.
De acordo com o que o UOL Esporte apurou com dirigentes que vivem o dia a dia do grupo, o grande problema foi a guerra fria travada entre um dedo-duro e o elenco. Na tentativa de motivar seus jogadores, como fazia antigamente, Felipão teria pedido a uma pessoa próxima para alertar três jogadores por meio de notícias nos jornais: João Vítor, Daniel Carvalho e Maikon Leite.
Com notícias colocadas na mídia, o técnico esperava que o volante, que supostamente havia chegado a um treino com hálito de álcool, e o meia e o atacante, que demoravam a sair do departamento médico, "acordassem". No fim, o elenco não engoliu que fatos internos fossem vazados e começaram a questionar a liderança do pentacampeão.
No passado, já havia sido assim. Marcos, por exemplo, admite que Felipão mantinha contato com a Mancha Verde na sua primeira passagem pelo clube para avisar os organizados de quando os atletas estavam acima do peso. Na ocasião, especialmente pelo aval da Parmalat, a artimanha funcionou. Desta vez, o feitiço, literalmente, virou contra o feiticeiro.
"Para mim, a leitura é clara. As coisas demoraram a acontecer depois da Copa do Brasil, mas, quando começaram a acontecer, o Felipão perdeu o controle do grupo. A história do dedo-duro ninguém engoliu. Acho que trocar o técnico foi uma medida emergencial, mas, agora, espero que Tirone faça a limpeza completa. Ele poderia trocar até a grama da Academia", disse um dos dirigentes que faz parte de sua diretoria e que chegou a ser usado pela comissão como possível bode expiatório para a polêmica do dedo-duro.
Como últimas tentativas para tentar tirar o Palmeiras da zona de rebaixamento, Felipão apelou mais uma vez para o motivacional. Em São Paulo, convocou um padre para uma oração no vestiário. Depois, chamou um pastor para agradar os evangélicos. O resultado foi uma vitória contra o Sport, mas uma derrota diante do Atlético-MG.
No Rio de Janeiro, assim como já havia feito durante a Copa do Brasil, Felipão promoveu uma palestra de um integrante do Bope antes do jogo contra o Vasco. No vestiário, ele usou o policial para tentar mostrar que uma reviravolta era necessária. Não deu certo. O time voltou a enfrentar dificuldades e perdeu por 3 a 1.
Agora, após a saída, Felipão deixa o time na 18ª colocação do Brasileirão, com 20 pontos, a sete de sair da zona de rebaixamento. No momento, o presidente Arnaldo Tirone estuda dois perfis completamente diferentes para comandar o Palmeiras nas últimas 14 rodadas do campeonato. Jorginho, hoje no Bahia, faz a linha mais calma e motivadora, que passaria confiança aos atletas. Émerson Leão, atualmente no São Caetano, tem um estilo mais durão, que poderia dar uma sacudida na equipe.
Enquanto um novo técnico não é contratado, o Palmeira fica sob o comando de Narciso, treinador das categorias de base. Ele dirigirá a equipe no próximo compromisso, no domingo, contra o arquirrival Corinthians no Pacaembu.
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