Coluna do PVC - Jornal O Estado de São Paulo: Palmeiras diretas já!

Cavinato escreveu:A coluna no jornal O Estado de S. Paulo deste domingo
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PLANO PRÓ
BRASILEIRÃO
Autor: Paulo Vinicius Coelho (PVC)
Fonte:www.espn.com.br
SP., 12/06/2011

Washington Olivetto não é um publicitário. É o publicitário brasileiro.
O Brasileirão deveria ser o campeonato mais importante do país. Mas seu início, espremido entre as finais da Copa do Brasil, da Libertadores e a convocação para a Copa América, faz o torneio ser apenas mais um.
O exemplo mais forte disso acontece hoje, no Pacaembu. Há seis meses, em 5 de dezembro, Fluminense e Corinthians disputavam a última rodada do Brasileirão, separados por apenas um ponto. O Cruzeiro foi o vice-campeão, mas eram corintianos e tricolores os que disputavam a taça no início daquela tarde.
Seis meses depois, a tabela marca o clássico, digo, um clássico para a quarta rodada do campeonato, sem festa nem alarde. Uma partida a mais, para 10, 12 mil espectadores.
Ronaldinho Gaúcho não jogava o Campeonato Brasileiro desde 2000. Voltou ao país em janeiro e o Flamengo o apresentou com festa na Gávea para 20 mil torcedores. Na reestreia no Brasileirão, dez anos depois, somente 5900 espectadores pagaram ingresso para o ver em ação contra o Avaí.
Washington Olivetto não é diretor do departamento técnico da CBF. É o publicitário brasileiro. Sua receita:
“O futebol precisa unir a persuasão da propaganda com a atualidade do jornalismo.”
Em outras palavras, o futebol brasileiro precisa parar de ser anti-marketing.
Há bons argumentos para assistir a Corinthians x Fluminense, hoje. O time de Tite não encanta, mas está em segundo lugar e persegue o líder São Paulo, seu grande rival. O Fluminense é o atual campeão brasileiro e estreia Abel Braga, o técnico que ajudou o clube a ganhar seu último título carioca, em 2005.
Se a informação não convence, Olivetto ensina como colocar a publicidade nessa história. Lembra-se dos anúncios de ocasião e cita uma campanha do banco Itaú, no início dos anos 80, para mostrar como é possível fazer com que cada jogo, cada produto, desperte o interesse escondido.
Na época, a rede bancária fechava no final de semana e as únicas agências onde era possível fazer retiradas em dinheiro eram as do Itaú. Na Páscoa, as emissoras de TV estamparam a campanha: “O Itaú aproveita a Semana Santa para vender o seu peixe!”
O Brasileirão segue espremido entre as finais da Copa do Brasil e da Libertadores. Os clubes jogarão mais um mês desfalcados de jogadores convocados pelas seleções do Chile, Argentina, Uruguai e Brasil. Não comove. Não consegue vender seu peixe.

DIRETAS JÁ NO PALMEIRAS
Pelo estatuto, o Conselho Deliberativo do Palmeiras é obrigado a convocar reuniões extraordinárias para votar questões que tenham sido solicitadas com assinaturas de 60 conselheiros ou mais. O presidente do Conselho, José Ângelo Vergamini, tem em sua gaveta um documento assinado por 80 conselheiros que pedem a discussão das eleições diretas para presidente. Ou seja, que os sócios, e não apenas os conselhos, escolham o próximo mandatário do clube.
Mas José Ângelo Vergamini não pôs, nem pretende colocar o assunto em pauta.
“É muito sério para se discutir e votar em uma reunião de duas horas”, argumenta.
Vergamini conta que uma comissão formada para reformar o estatuto do clube está montada e que as Diretas Já estão no bojo. Os conselheiros contra-argumentam. Dizem, com razão, que a reforma pode ser rejeitada como um pacote, sem que se dê atenção às eleições diretas, reivindicação séria e democrática.
A comissão de reforma estatutária é formada por nove membros, três indicados por cada poder – conselho deliberativo, conselho fiscal e diretoria executiva.
“O senhor pode me dizer os nomes dos que formam a comissão?”, pergunto ao presidente do Conselho.
“Não me leve a mal, mas isso eu não posso dizer, não! Mas fique tranqüilo, porque a comissão é transparente”, diz Vergamini.
Então, tá!
Vergamini não fala, mas recentemente indicou quatro substituições na comissão. Três dos novos nomes são ligados a Mustafá Contursi.