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Junqueira, a 'muralha' alviverde e o centenário do grande ídolo

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Junqueira, a 'muralha' alviverde e o centenário do grande ídolo Empty Junqueira, a 'muralha' alviverde e o centenário do grande ídolo

Mensagem  Cavinato Dom Fev 28, 2010 11:05 am

Junqueira, a 'muralha' alviverde e o centenário do grande ídolo
Departamento de História
27/02/2010 18h54
Departamento de História - S.E. PALMEIRAS

José Junqueira de Oliveira
No dia 26 de fevereiro, o grande ídolo palmeirense José Junqueira de Oliveira, ou simplesmente Junqueira para os amantes do futebol, completaria 100 anos de idade.

Junqueira é considerado um dos maiores zagueiros do clube e jogou toda a sua carreira no Palestra Italia e no Palmeiras. A admiração pelo craque é tanta que Junqueira foi o primeiro ex-jogador a ser homenageado com uma das maiores honrarias do Palmeiras: um busto em bronze colocado dentro do clube. Depois, Ademir da Guia e Waldemar Fiúme também receberam tal reconhecimento, sendo os três únicos agraciados até hoje com tal condecoração nos 95 anos de história do clube.

Nascido em Vargem Grande do Sul (SP) em 26 de fevereiro de 1910, Junqueira chegou ao Palestra aos 19 anos, em 1929, passando a integrar o segundo quadro da equipe e tornando-se campeão logo na sua primeira temporada. No ano seguinte, conquistou o bicampeonato e , em 1930, estreou no time principal no dia 23 de agosto, em um amistoso contra o Comercial, de Ribeirão Preto.

Em 1932 o futebol estava em profunda transformação, com o fim do amadorismo, implantação do profissionalismo, extinção e surgimento de novos clubes e êxodo de craques para a Europa. Ao mesmo tempo, o Estado de São Paulo entrava em luta armada contra o governo federal na Revolução Constitucionalista. No Palestra, uma grande renovação ocorria na direção e no elenco. Bianco e Heitor haviam abandonado os gramados. É neste cenário que Junqueira assumiu o posto de capitão e liderou a nova geração na conquista do tri-campeonato paulista, 1932/33/34 com goleadas históricas como os 8 a 0 sobre o Corinthians. De quebra participou da inauguração do novo Estádio Palestra Itália, e seu ótimo desempenho o levou ao posto de capitão da Seleção Paulista, que também Chegou ao tricampeonato nacional.

Em 1940, já aos 30 anos e tendo conquistado mais dois estaduais (o de 1936 e o de 1938 (extra), Junqueira foi convocado pela primeira vez para seleção brasileira, na disputa da Copa Roca. O zagueiro estreou na decisão contra a Argentina, em partida disputada no Palestra Italia e que terminou empatada em 1 a 1 no tempo normal, e 1 a 1 novamente na prorrogação. Como não havia a regra da disputa de penais, os dirigentes marcaram novo jogo na semana seguinte. Lagreca, o técnico brasileiro, infelizmente cedeu à pressão da imprensa carioca e sacou Junqueira, colocando Florindo do Vasco no seu lugar. Resultado: 3 a 0 para a Argentina. Em abril deste ano, participou da inauguração do Pacaembu e da conquista da Taça Cidade de São Paulo, em vitória sobre o Corinthians, e no mesmo ano ajudou o Palestra a conquistar o campeonato paulista com goleada de 4 a 1 sobre o São Paulo no jogo decisivo.

Dois anos depois, em 1942, viveu todo o drama da transformação do Palestra Itália em Palestra de São Paulo, e depois Palmeiras. Em 28 de junho Junqueira protagoniza um lance que será imortalizado. O derby contra o Corinthians segue empatado em 1 a 1, e no último minto, o Palestra segue pressionando mas perde a bola. Em rápido contra-ataque o ponta corintiano é lançado, e com um toque de categoria encobre o goleiro palestrino, iniciando sua corrida para a torcida, é a consagração, mas eis que surge Junqueira e com estrema coragem aplica uma bicicleta, única forma de alcançar a bola, e de forma perfeita evita o gol corintiano.
Em 20 de setembro, liderou junto com Oberdan a entrada da equipe com a bandeira brasileira no Pacaembu para a disputa da decisão do Paulista contra o São Paulo, a Arrancada Heroica.

"Alguns diretores do São Paulo fizeram muita pressão contra nós, chegando a jogar foguetes contra o clube. Decidimos nos vingar naquela partida." O resultado é conhecido, 3 a 1 para o Palmeiras que só não fez o quarto porque o São Paulo abandonou o campo na hora da cobrança de um penal para o Palmeiras. A festa foi completa com a conquista de mais um Campeonato Paulista.

Após a conquista de mais alguns títulos, Junqueira se despediu dos gramados no dia 30 de dezembro de 1945, com um empate por 3 a 3 com o Corinthians, mas continuou vivendo o Palestra, agora Palmeiras. Em mais um momento de transição, aceitou o convite para dirigir a equipe, agora como treinador, e liderando os antigos companheiros levou o clube a novas conquistas.

Junqueira viveu intensamente a história do Palestra Itália e do Palmeiras. Começou no amadorismo e viveu com sucesso a transição e a implantação do profissionalismo. Esteve presente no tricampeonato do clube, na maior goleada da história sobre o Corinthians, superou uma revolução [32] e viveu o drama da segunda guerra mundial, tendo o Palestra e Palmeiras no centro das polêmicas locais, sempre como capitão, foi campeão estadual por oito vezes, além de vários outros títulos, como atleta e como treinador. Pela dedicação e pelo caráter, pouco após parar, ainda no final dos anos 40 uma comissão foi formada especialmente para formatar uma homenagem eterna ao ídolo, que teve como resultado final a produção de um busto em bronze, o primeiro a ser instalado nos jardins do Palestra Italia [anos depois Waldemar Fiume e Ademir da Guia também ganharam bustos de bronze], orgulho que pode ostentar até 1985, quando aos 75 anos faleceu de causas naturais, deixando muita saudade e um exemplo eterno para todos os palestrinos.

Títulos
Torneio Rio-São Paulo de 1933
Taça de Campeões Rio-São Paulo de 1934 e 1942
Campeonato Paulista de 1932, 1933, 1934, 1936, 1938 (extra), 1940, 1942 e 1944
Taça Estadual de Campeões de 1932
Taça Cidade de São Paulo 1945
Campeão pelo 2º Quadro em 1929, 1930 e 1931
Torneio Início de 1930, 1935, 1939 e 1942

Estatísticas
326 jogos, 201 vitórias, 73 empates e 52 derrotas

Cavinato

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