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Coluna do Antero Greco, vale a pena ler!

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Mensagem  Cavinato Dom Jun 19, 2011 11:22 am

Fora de moda*

por Antero Greco

19.junho.2011 10:19:44

Fonte: blogs.estadao.com.br

Felipão está ficando velho. Sei, é difícil para o torcedor do Palmeiras ler isso. Mas infelizmente se trata de constatação. O treinador pentacampeão do mundo vive em outra época e foi atropelado pelo tempo. Ele não percebeu que o time que levou à conquista da Libertadores da América em 1999 mudou. Não apenas o Palestra não é mais o mesmo, o futebol também anda muito diferente. Qualquer ‘professor’ antenado conhece as novas regras do jogo. Só Scolari parece não se dar conta disso. Que lástima!
Desde o retorno ao Parque Antártica, no ano passado, não cansa de desfilar anacronismos. Um deles? Imaginar que deve lealdade ao clube que paga seus bons salários – e pelos interesses do qual, portanto, tem obrigação de brigar. Nos dias de hoje, técnico deve comportar-se como executivo, mas até certo ponto, e olhe lá! Não deve extrapolar.
É de bom tom, por exemplo, não discutir mais atrasos de salários de jogadores, nem se bater por condições adequadas de treinos, hospedagem e viagens. Essas eram questões caras a técnicos antigos, como Osvaldo Brandão e Telê Santana – que o zé-povinho ainda agora reverencia como mestres –, porém supérfluas nos modernos organogramas clubísticos.
O comportamento intrometido, palpiteiro e arcaico de Felipão incomoda muito cartola, mas passa, vá lá, em nome de seu currículo e da identificação com a massa palestrina. (Más línguas dizem que também em nome de alta multa rescisória…) Para tudo, há limite – e o gaúcho cabeça-dura teima em não enxergar certas coisas. Por isso, tem extrapolado em suas funções. E como!
Além de falar na lata o que pensa, não é que ultimamente resolveu comprar brigar com investidores?! Em vez de cuidar de seu trabalho à beira do campo e depois aproveitar horas de folga e distrair-se em shoppings e supermercados – perto do clube tem alguns –, tem tido a petulância de descer a lenha no pessoal que administra, gerencia, rege, ou seja lá qual o verbo mais correto, a carreira de jogadores. Ele se encheu da interferência dos verdadeiros donos da bola na rotina de seu trabalho e decidiu meter o pé na jaca, bem ao estilo dos tempos em que era zagueiro rude e limpa-trilhos.
O caldo desandou durante a semana. O Palmeiras recebeu oferta de R$ 3 milhões (mais ou menos) para ceder o jovem Vinicius para a Udinese, achou-a interessante, mas repassou a incumbência da negociação para a empresa que orienta a carreira do jovem atleta. Esta não ficou satisfeita com a proposta e recusou-a. O Palmeiras, detentor de 80% dos direitos econômicos do jogador, viu a grana voar e não reagiu.
Felipão indignou-se, sobretudo pelo fato de o clube estar com as calças nas mãos. Em seguida, teve o entrevero com Tinga, por coincidência ligado ao mesmo grupo de investidores, os novos Midas do futebol, e não o relacionou para alguns jogos. O volante rebelou-se, faltou a treinos e teria dito para dirigentes que não trabalharia mais com Felipão. Qual a reação: “Calma, vamos contornar a situação…” Quem é Tinga?! E lá vai o técnico ficar com cara de tacho.
Quer dizer, o Palmeiras é preterido, um funcionário como Felipão (graduado, mas sempre funcionário) dá o rosto para bater e tem como retorno respaldo zero de seus superiores. Esses episódios mostram como os times hoje são reféns de empresários, agentes, parceiros, investidores. Enfim, de gente que entrou no futebol ontem para ganhar dinheiro e que, em pouco tempo, engoliu a cartolagem e leva jogadores pra cá e pra lá, quando, como e nas condições que deseja.
Nem sempre concordo com as estratégias táticas de Felipão, me impacienta sua vocação para emperrar os jogos, apreciaria muito ver suas equipes mais no ataque. Preferência minhas, que nem sempre coincidem com as dele, nem significam que sejam corretas. Divergências técnicas.
Mas admiro a postura de Felipão em relação ao Palmeiras. Também sou da escola dos que vestem a camisa da empresa, no que se refere a dedicação e lisura. Isso se chama consciência profissional, muito diferente de ser patronal ou reles bajulador.
No futebol, abnegação e entrega soam decadentes – e está na hora de Felipão ser blasé, desencanado, ou será passado para trás. Mas, se for como os italianos turrões que conheço, a esta altura da vida não mudará o modo de agir. Tomara que não, pois o mundo está infestado de gente com espinha dorsal flexível demais.

*(Texto da minha coluna no Estado deste domingo, 19/6/2011)
Tags: Coluna Antero Greco, Felipão


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Mensagem  Cavinato Dom Jun 19, 2011 11:23 am

Compartilho da mesma opinião e é por isso que o Felipão tem meu voto de confiança!

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